Pormenores e <em>pormaiores</em>
A ministra Maria de Lurdes Rodrigues considera um «pormenor irrelevante» a utilização de crianças pagas para figurarem nas iniciativas do Governo, como sucedeu a semana passada na apresentação do Plano Tecnológico da Educação.
Com a desfaçatez que lhe é peculiar sempre que faz intervenções públicas, MLR disse aos jornalistas que a empresa responsável pela organização da ocorrência «propôs fazer uma demonstração no local para que pudéssemos perceber como funcionam os quadros interactivos», o que lhe terá parecido perfeitamente razoável, tendo em conta a importância das medidas e do investimento avançado pelo Governo.
As explicações da ministra – tal como o recorrente discurso de Sócrates, sempre que a conversa não lhe agrada, do «não sei», «desconhecia» – suscitam algumas questões.
Sabendo-se que o badalado Plano Tecnológico consta da instalação em cada sala de aula de um computador com ligação à Internet, uma impressora e um videoprojector, a que se deverá juntar, até Abril de 2008, um quadro interactivo por cada duas salas, ocorre perguntar onde está a complexidade da coisa para justificar o recurso a uma empresa para recriar um ambiente lectivo assim dotado.
Das duas, uma: ou o Ministério da Educação e o Governo desconhecem o pormenores do Plano que apresentam como a quinta essência da modernidade, ou há outras razões, sem dúvida pormaiores a justificar a contratação de crianças para o faz-de-conta que estão na escola do futuro.
Seria expectável que os autores do Plano, cujo é suposto ter sido discutido antes de ser arrematado por 400 milhões de euros, estivessem pelo menos em condições de o tornar inteligível a adultos. A não ser esse o caso, como o vão aplicar a crianças?
A menos que estejamos perante mais um exemplo da deriva securitária do Governo.
É certo que, recentemente, Sócrates apareceu numa escola acompanhando a ministra, o que deu ensejo a revistas de mochilas e bolsos infantis, não fosse alguma das crianças – sem contrato de trabalho nem ensaio do guião – ter levado uns ovos podres, uns tomates ou até mesmo uma bomba para atentar contra o chefe do Governo. É certo também que a coisa fez escândalo. Mas daí a recorrer a uma empresa de eventos??!!! Haja decência.
Com a desfaçatez que lhe é peculiar sempre que faz intervenções públicas, MLR disse aos jornalistas que a empresa responsável pela organização da ocorrência «propôs fazer uma demonstração no local para que pudéssemos perceber como funcionam os quadros interactivos», o que lhe terá parecido perfeitamente razoável, tendo em conta a importância das medidas e do investimento avançado pelo Governo.
As explicações da ministra – tal como o recorrente discurso de Sócrates, sempre que a conversa não lhe agrada, do «não sei», «desconhecia» – suscitam algumas questões.
Sabendo-se que o badalado Plano Tecnológico consta da instalação em cada sala de aula de um computador com ligação à Internet, uma impressora e um videoprojector, a que se deverá juntar, até Abril de 2008, um quadro interactivo por cada duas salas, ocorre perguntar onde está a complexidade da coisa para justificar o recurso a uma empresa para recriar um ambiente lectivo assim dotado.
Das duas, uma: ou o Ministério da Educação e o Governo desconhecem o pormenores do Plano que apresentam como a quinta essência da modernidade, ou há outras razões, sem dúvida pormaiores a justificar a contratação de crianças para o faz-de-conta que estão na escola do futuro.
Seria expectável que os autores do Plano, cujo é suposto ter sido discutido antes de ser arrematado por 400 milhões de euros, estivessem pelo menos em condições de o tornar inteligível a adultos. A não ser esse o caso, como o vão aplicar a crianças?
A menos que estejamos perante mais um exemplo da deriva securitária do Governo.
É certo que, recentemente, Sócrates apareceu numa escola acompanhando a ministra, o que deu ensejo a revistas de mochilas e bolsos infantis, não fosse alguma das crianças – sem contrato de trabalho nem ensaio do guião – ter levado uns ovos podres, uns tomates ou até mesmo uma bomba para atentar contra o chefe do Governo. É certo também que a coisa fez escândalo. Mas daí a recorrer a uma empresa de eventos??!!! Haja decência.